domingo, 5 de dezembro de 2010

RESENHAS

O CAÇADOR DE PIPAS

Khaled Hosseini

Título Original: The Kite Runner

Editora Nova Fronteira

Ganhei um presente! Melhor: O PRESENTE!

Era meu aniversário e o, hoje, meu ex-namorado chegou com uma caixa envolta em um laço de fita vermelho. Abri. Gostei: um livro. Gostei da capa também: um garoto a olhar uma pipa no ar. Li. Li tudo, rápido. Reli... Chorei, confesso, até copiosamente, algumas vezes.

Ao entregar ele disse que, não sendo um leitor assíduo, ia esperar pelo filme. Sinto muito, o livro é muito melhor. Como sempre acontece com as boas literaturas que vão parar nas “telonas”. Eu, pelo menos, não vi ainda uma adaptação melhor do que a obra que a originou.

O livro é a obra de estreia de um afegão radicado nos Estados Unidos, chamado Khaled Hosseini. Estreia e rapidamente chegou ao topo dos livros mais vendidos do New York Times, vendendo mais de 2 milhões de cópias só naquele país e 8 milhões no mundo.

O Afeganistão é uma sociedade dividida em castas. A década é a de 1070. Amir era um garoto pashtun, a classe dominante. Seu único amigo era Hassan, um garoto hazara, a classe dominada. Amir foi criado sem mãe e tinha uma relação fria e formal com seu pai estranhamente expressava um grande carinho por Hassan.

Hassan nutria uma fidelidade extrema a seu amigo. Enfrentou Assef, um garoto afegão que alimentava um ódio cego pelos hazaras, para protegê-lo. No entanto, quando tem a chance de fazer algo para compensar a lealdade de seu amigo, Amir o trai.

É aí que o enredo se torna mais interessante ainda. O tema principal do livro não é a amizade ou a traição. Na verdade, ele trata de um dos sentimentos mais humilhantes e até revoltantes ) para o homem: a covardia. E esse é realmente um tema instigante. Como o medo paralisa as pessoas e a covardia pode fazer-nos dizer ou praticar atos que jamais faríamos em situações normais, a partir de fatos muito tristes e revoltantes oum dos protagonistas (Amir) começa a “afundar-se” em seu sentimento de culpa e somando-se a outros motivos também relacionados a conflitos e valores, ele passa a morar nos Estados Unidos. Até o dia em que recebe um telefonema fatídico e revelador. Do início ao fim, a atmosfera é de melancolia e busca da redenção.

O autor conduz a história e os personagens de forma extremamente humana. A construção do enredo é envolvente também porque nele predominam sentimentos extremos como amor incondicional e ódio, indiferença e revolta. É uma narrativa extremamente rica em detalhes que chamam a atenção sobretudo pela cultura tão imensamente diferente da nossa. Drama, sim, porém tão real e bem escrito que prende a atenção, provoca à reflexão e comove profundamente.

3 comentários:

  1. E esse Nilda, lembro que você fez uma leitura compartilhada dele.
    Que tal nos relatar?
    Angelita

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  2. Ah, sim, vou tentar, hehehe! Foi no ambiente da biblioteca, com alunos do 7º ano. Havíamos fechado as médias e percebi que aquele era o melhor momento para a leitura. O livro é tão fantástico que todos ficaram muito atentos. Não lembro quantas páginas eu li nem o que solicitei aos alunos, mas a aula inteira foi "tomada" de um clima de concentração e viagem no espaço e no tempo.

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  3. Eunilda,você vai ter que me emprestar esse livro.Fiquei muito curiosa e quero lê--lo.O caçador de Pipas.Sou aluna do Colégio Santa Rosa,7ª B,Caroline Moreira.

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