domingo, 5 de dezembro de 2010

RESENHAS

A DISTÂNCIA ENTRE NÓS

THRITY UMRIGAR

Lancinante, A Distância entre Nós, romance de Thrity Umrigar narra o cotidiano de uma mulher rica e sua criada, oprimidas. Oferece uma visão sobre o papel das classes e dos sexos na Bombaim atual. A narrativa, angustiante, é contada através do olhar de Sera, uma viúva Parsi cuja filha grávida e o genro compartilham sua casa elegante, e Bhima a governanta idosa que mora em um barraco, na favela e tem de sustentar sua neta órfã.

Muito além da relação patroa/empregada, Umrigar faz um trabalho admirável ao criar duas personagens simpáticas, sofridas, cúmplices, opostas. Quando encontramos Bhima pela primeira vez, ela está dividindo com Maya um colchão fino. Maya é a neta sobre quem ela depositou todos seus sonhos e esperanças, que, entretanto, desmoronaram devido a uma gravidez inesperada e suas conseqüências desastrosas. Usando seu poder e dinheiro, Sera e sua família influenciam radicalmente nas vidas de Bhima e Maya, preocupando-se com o marido de Bhima, vítima de um acidente de trabalho que o deixou alienado, e fornecendo fundos para a educação universitária de Maya. Nota-se, porém, veladamente que a vida privilegiada de Sera não é como parece ser. Depois de anos sofridos com a crueldade de sua sogra, ela teve de encarar os abusos emocionais e físicos de seu marido, dor que somente Bhima podia ver e aliviar. Apesar das tragédias e triunfos, Sera e Bhima sempre compartilharam uma ligação que transcendia classe e raça, um laço partilhado pelas duas mulheres cujos destinos pareciam sempre estar nas mãos de outros, fora do seu controle. A Distância Entre Nós ganha força pois seu enredo e prosa são enriquecidos com uma série de retornos ao passado e voltas ao presente. Uma linda história de tragédias e esperanças. Uma lição de amor e amizade. Marcante e inesquecível.

RESENHAS

Caixa de texto:

O PEQUENO PRÍNCIPE
Antoine de Saint-Exupery

“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz”

Pessoalmente, a mais comovente das frases que tornam inesquecível o livro O Pequeno Príncipe e graciosamente são o que o torna sempre agradável, atual e universal no sentido mais amplo da palavra.

Livro infantil escrito para adultos e que obviamente agrada também às crianças. Publicado em 1943, nos Estados Unidos – Saint Exupery era refugiado da 2ª Guerra Mundial - a livro tem a capacidade de fazer adultos voltarem à infância, emergir na lembrança aquela época em que as coisas se resolviam de maneira simples, mas importantes deixadas de lado a maturidade.

Um príncipe vivia em um pequeno planeta. O narrador anônimo empenhado em consertar seu avião que caíra no deserto do Saara, ouve uma “pequena” voz e toda a narrativa, a partir daí, se desenvolve em torno do pequeno príncipe que admira o por do sol e é extremamente observador e curioso.

Ele partiu de um planeta muito pequeno e visitava outros nos quais aprendia muitas lições inesquecíveis... até chegar à Terra

No percurso encontrou um rei vivia no primeiro planeta que ele visitou. O rei ficou feliz em ter um súdito. O rei exigiu obediência e tentou fazer o pequeno ficar, mas ele partiu, pensando em como as pessoas adultas são estranhas.
Um homem presunçoso ocupava o segundo planeta. O homem presunçoso queria aplausos e saudações. O príncipe se cansou disso, e quando partiu, estava mais convencido do que nunca de que os adultos eram muito estranhos.
Um bêbado ocupava o terceiro planeta. O príncipe perguntou por que ele bebia. Respondeu que era para se esquecer da vergonha de beber.

O quarto planeta era ocupado por um homem de negócios que vivia a contar estrelas, “todas minhas”. Tão estranho quanto os outros.

O quinto planeta era o menor, e era ocupado apenas por um acendedor de lampiões, cujo trabalho era acender a lâmpada solitária da rua. Contudo, o acendedor estava exausto, dizendo que seu trabalho já tinha sido muito melhor. Ele acendia a luz da rua à noite e a apagava pela manhã, dando-lhe o resto do dia para descansar, e ele podia dormir à noite. Contudo, o planeta começou a girar mais e mais rápido. O dia durava apenas um minuto, por isso ele tinha que constantemente acender e apagar a lâmpada. O príncipe sentiu muito ter que deixar este planeta, pois os dias curtos significavam que ele tinha muitos pôr do sol.
O sexto planeta era maior e ocupado por um geógrafo. Mas ele era incapaz de contar ao pequeno príncipe qualquer coisa sobre o seu planeta, porque não era um explorador. Ao invés disso, ele pediu ao príncipe que lhe falasse sobre o seu país. O príncipe disse que ele não era muito interessante, porque era pequeno. O geógrafo aconselhou o pequeno príncipe a visitar a terra.
Quando o príncipe visitou a terra, ele não viu ninguém a princípio. Continuou andando e por acaso encontrou um jardim de rosas e “a raposa”.

Daí em diante, os diálogos e as narrativas são mágicos, esclarecedores, reflexivos, mensagens de amor.

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"

RESENHAS

O CAÇADOR DE PIPAS

Khaled Hosseini

Título Original: The Kite Runner

Editora Nova Fronteira

Ganhei um presente! Melhor: O PRESENTE!

Era meu aniversário e o, hoje, meu ex-namorado chegou com uma caixa envolta em um laço de fita vermelho. Abri. Gostei: um livro. Gostei da capa também: um garoto a olhar uma pipa no ar. Li. Li tudo, rápido. Reli... Chorei, confesso, até copiosamente, algumas vezes.

Ao entregar ele disse que, não sendo um leitor assíduo, ia esperar pelo filme. Sinto muito, o livro é muito melhor. Como sempre acontece com as boas literaturas que vão parar nas “telonas”. Eu, pelo menos, não vi ainda uma adaptação melhor do que a obra que a originou.

O livro é a obra de estreia de um afegão radicado nos Estados Unidos, chamado Khaled Hosseini. Estreia e rapidamente chegou ao topo dos livros mais vendidos do New York Times, vendendo mais de 2 milhões de cópias só naquele país e 8 milhões no mundo.

O Afeganistão é uma sociedade dividida em castas. A década é a de 1070. Amir era um garoto pashtun, a classe dominante. Seu único amigo era Hassan, um garoto hazara, a classe dominada. Amir foi criado sem mãe e tinha uma relação fria e formal com seu pai estranhamente expressava um grande carinho por Hassan.

Hassan nutria uma fidelidade extrema a seu amigo. Enfrentou Assef, um garoto afegão que alimentava um ódio cego pelos hazaras, para protegê-lo. No entanto, quando tem a chance de fazer algo para compensar a lealdade de seu amigo, Amir o trai.

É aí que o enredo se torna mais interessante ainda. O tema principal do livro não é a amizade ou a traição. Na verdade, ele trata de um dos sentimentos mais humilhantes e até revoltantes ) para o homem: a covardia. E esse é realmente um tema instigante. Como o medo paralisa as pessoas e a covardia pode fazer-nos dizer ou praticar atos que jamais faríamos em situações normais, a partir de fatos muito tristes e revoltantes oum dos protagonistas (Amir) começa a “afundar-se” em seu sentimento de culpa e somando-se a outros motivos também relacionados a conflitos e valores, ele passa a morar nos Estados Unidos. Até o dia em que recebe um telefonema fatídico e revelador. Do início ao fim, a atmosfera é de melancolia e busca da redenção.

O autor conduz a história e os personagens de forma extremamente humana. A construção do enredo é envolvente também porque nele predominam sentimentos extremos como amor incondicional e ódio, indiferença e revolta. É uma narrativa extremamente rica em detalhes que chamam a atenção sobretudo pela cultura tão imensamente diferente da nossa. Drama, sim, porém tão real e bem escrito que prende a atenção, provoca à reflexão e comove profundamente.

RESENHAS

RESENHA

A DROGA DA OBEDIÊNCIA

Pedro Bandeira

A Droga da Obediência de Pedro Bandeira é o primeiro livro da série OS KARAS. Eu o li quando ainda estava na faculdade e até hoje continua vivo, dinâmico, mágico na minha vida pessoal e profissional.

Ao contrário do que o próprio Bandeira afirma na edição de 1984: “O controle da dor! O controle das mentes! O controle da vontade! A humanidade controlada por drogas, ou desejos regulados, os protestos abafados! A obediência absoluta! A humanidade acarneirada por uma droga!”, o livro manifesta-se presente, firme e sem nenhum controle nas “vontades” dos alunos, dos adolescentes, dos adultos.

Tive o privilégio de conhecer o autor pessoalmente, quando na ocasião, confirmou sua dor de cabeça. Sim! Aquela que o levou a iniciar a série de maneira inteligente, instigante, ousada e sagaz .

O escritor criou um mundo adolescente totalmente mágico onde, encrencada, uma turma de encrenqueiros e curiosos desvenda mistérios, fazem piadas, fortalecem amizades.

Inesquecíveis, Chumbinho (aquele que quer entrar para a turma e precisa provar que merece estar lá – impagável a maneira como ele surpreende os Karas no “esconderijo”), Miguel, o líder, voz firme de comandante, Magri-magricela, Crânio e Calu.

Nessa história, eles precisam enfrentar sua primeira grande aventura. Misteriosamente vários alunos dos melhores colégios da classe alta paulistana desaparecem sem deixar pistas e é aí que entra em ação "Os karas", uma turma de adolescentes do colégio Elite que decide investigar por conta própria os desaparecimentos, uma vez que a polícia não consegue levantar nenhuma pista. Depois de muita investigação descobrem quem está por trás dos desaparecimentos: o terrível e paranóico doutor Q.I.
Esse cientista maluco está usando cobaias humanas para testar a sua descoberta "A droga da obediência" que torna as pessoas dóceis e obedientes.
Adrenalida sempre em alta sobretudo porque "Os karas" irão usar de toda a sua coragem, inteligência e perspicácia para desmascarar o doutor Q.I e salvar o mundo da sua loucura.


Essa empolgante história, além de prender a atenção do começo ao fim, também é uma sutil crítica a nossa sociedade.

Trabalhar didaticamente com a obra de Pedro Bandeira é gratificante principalmente porque testemunho cotidianamente meus alunos perguntando pelo livro e essas atitudes espontâneas resultam da “propaganda” das pessoas que já leram exteriorizando o gosto por este livro que certamente nunca envelhece.

Memorial - VALEU CADA ESCOLHA QUE FIZ!!!

INFÂNCIA

GIBIS, CAÇA-PALAVRAS, MAPAS, LIVROS, SELEÇÕES! NÚMEROS: NÃO!

Meu nome é Eunilda Henning, sou professora de Língua Portuguesa, mas nem sempre foi assim.

Nasci em Otacílio Costa, SC, em 07 de outubro de 1961. Meu pai, desde cedo, incentivava muito à leitura a mim e a meus cinco irmãos. Trazia da "fábrica" revistas SELEÇÕES, mapas, livros de história e geografia. Como eu gostava e gosto! de ler gibis! Caça-palavras, então! Também comprava enciclopédias e todos os livros que pedíamos ou necessitávamos. Era eu quem mais gostava. Curiosa desde pequenininha.

ADOLESCÊNCIA

MAIS TRABALHO QUE ESTUDO. LEITURA? SIM!

Estudei na E.B.Elza Deeke, onde também fiz o curso técnico em Contabilidade, numa extensão da Escola Técnica de Comércio de Lages. Não havia outra opção e eu me sentia deslocada naquele curso. Fiz estágio por seis meses em uma grande empresa de papel e celulose, no departamento florestal. Neste, eu me adaptei rapidamente porque exigia uma boa comunicação com vários outros setores da empresa. Terminei o curso obtendo notas medianas. Meu primeiro emprego foi numa transportadora, na área administrativa.

“VOU-ME EMBORA PRA JARAGUÁ”

Aos dezenove anos fixamos residência em Jaraguá do Sul, onde passei a trabalhar em uma autarquia, nos setores de contabilidade e finanças. Muitos amigos, mas, sentia que não era aquele o meu sonho.

Num desabafo com minha irmã ouvi: “por que você não faz o magistério? Você leva jeito!” Matriculei-me naquele mesmo mês no Colégio São Luís Marista. Além das disciplinas afins, de novo estudei matemática, física, química, mas me identifiquei tão bem com o curso que só então aprendi de verdade os conteúdos das exatas.

FACULDADE DE LETRAS

Iniciei meus estudos no ensino superior com muita alegria. Letras Português – Inglês. Eram aulas intensas de questionamentos, debates, estudos aprofundados e sérios. Professores exigentes ao ponto de haver muitas desistências de colegas. Mas, eu estava no lugar certo. Disso, eu estava certa.

Nesse ínterim, fazendo um trabalho “extra” vendendo perfumes, procurei os professores do Colégio Divina Providência, hoje, Bom Jesus Divina. A coordenadora do ensino fundamental - séries iniciais interrompeu minha fala para perguntar se eu já tinha experiência como professora. Disse que havia feito estágio durante o curso de Magistério. Ela ressaltou minha forma de comunicação e convidou-me para dar aulas de reforço a alguns alunos do “pré” pois precisavam melhorar a leitura e a escrita. Foram só dois meses, outubro e novembro. Mas foi um sucesso. No ano seguinte, já iniciei como professora das séries finais. Foi uma parceria que se estendeu por 7 anos.

ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA

RIO DO SUL, SEXTA-FEIRA, UHUUUUU!!!!!

Era muito bom embarcar no ônibus com destino a Rio do Sul, quinzenalmente. Amigos de verdade, faculdade séria, leitura no ônibus, trabalhos, trabalhos, trabalhos. Valeu cada quilômetro rodado.

DESAFIOS – ENSINO TÉCNICO E SUPERIOR

A convite da direção do Senac – SC, por dois anos assumi a coordenação de cursos técnicos nas áreas de gestão, comércio, turismo e saúde. Aprendi muito. Mas senti muita falta da sala de aula.

Ingressei, então, no Ensino Superior lecionando Comunicação Empresarial para turmas iniciais de Marketing, Logística e Gestão da Produção Industrial, ao mesmo tempo em que, na mesma instituição: Anhanguera-Fatej, dava aulas no período matutino para o Ensino Médio.

Atualmente, sou professora do ensino fundamental na rede municipal e estou terminando o curso GESTAR II – Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – 300 horas, sem dúvida, o curso que verdadeiramente proporcionou a mais estreita relação entre teoria e prática.

Enfim, minha “vocação” me proporcionou viver inúmeros desafios, muita aprendizagem e, acima de tudo, uma grande paixão: educar!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

BELAS BIOGRAFIAS!

Hoje realizamos a última aula do curso GESTAR II e dia 09/12 faremos a apresentação do projeto final. Estou finalizando a digitação e espero terminá-lo no final de semana.

O QUE É QUE ESSE NEGRO APRONTOU?
BELAS BIOGRAFIAS!

Os alunos aceitaram bem a ideia e desde o início passaram a pesquisar com entusiasmo. pesquisa, escritura, ilustração, palestra e bate-papo informal